segunda-feira, 7 de junho de 2010

Estudo sobre o processo de armazenagem nos Silos Portateis Verticais, simples e seguro!

Bom dia!
Em visita a fabrica na argentina fomos ver a campo o funcionamento dos Silos Portateis Verticais, onde mais uma vez constatamos a simplicidade e o facil manuseio dos Silos!
Abaixo estamos publicando um estudo feito pela DRa. Profa. Marisa A. B. Regitano d'Arce
Depto. Agroindústria, Alimentos e Nutrição ESALQ/USP, que faz mencao ao comportamento do grao , umidade e temperatura, quando armazenado. Vizando esclarecer as duvidas acerca do armazenamento e todas as alteracoes que o grao sofre quando aramazenados.
VANTAGENS DE ARMAZENAR GRAOS NA PROPRIEDADE(GRAOS JUNTO COM O PRODUTOS).
Além de propiciar a comercialização da produção em melhores períodos, evitando as
pressões naturais do mercado na época da colheita, a retenção de produto na
propriedade, quando bem conduzida, apresenta inúmeras vantagens:
- Minimização das perdas quantitativas e qualitativas que ocorrem no campo,
pelo atraso da colheita ou durante o armazenamento em locais inadequados.
- Economia do transporte, uma vez que os fretes alcançam seu preço máximo no
"pico de safra". Quando o transporte for necessário, terá o custo diminuído, devido à
eliminação das impurezas e do excesso de água pela secagem.
- Maior rendimento na colheita por evitar a espera dos caminhões nas filas nas
unidades coletoras ou intermediárias.
- Melhor qualidade do produto, evitando o processamento inadequado devido ao
grande volume a ser processado por período da safra, por exemplo a secagem à qual o
produto é submetido, nas unidades coletoras ou intermediárias.
- Obtenção de financiamento por meio das linhas de crédito específicas para a
pré-comercialização.



PRINCÍPIOS DE ARMAZENAGEM DE GRÃOS DE CEREAIS:
Em grãos armazenados o organismo mais importante é o próprio grão.
Embora esteja em estágio de dormência, tem todas as propriedades de um organismo
vivo.
Num sistema ideal de armazenagem o grão e os microrganismos estão
normalmente em estado de dormência; os insetos, ácaros, ratos estão ou deveriam estar
ausentes. Ao contrário, o ambiente abiótico está sempre presente e é alterável. Ainda que
lentamente, os níveis de temperatura, pressão atmosférica, umidade relativa, CO2 e O2 sobem e descem. Uma variação anormal em qualquer um desses fatores pode criar
condições favoráveis ao desenvolvimento e à multiplicação daqueles seres dormentes.
Processos deteriorativos têm lugar em grãos de cereais independentemente
de como eles são armazenados. Enquanto a gordura animal é neutra quando o animal é
morto, o óleo no grão já pode ter sofrido hidrólise quando a grão amadurece e é colhida.
Nesta fase a pressão de síntese e quebra diminui, porém a grão sob boas condições de
armazenamento vai apresentar 0,5% de ácidos graxos livres. Diferentes fatores abióticos
e bióticos estão freqüentemente envolvidos em diferentes combinações nesses processos.
Sob condições adequadas o grão pode ser armazenado por muitos anos com taxa
mínima de deterioração, porém, em condições desfavoráveis de armazenagem, ele sofre
danos consideráveis em poucos dias.
A taxa de deterioração depende da atividade das variáveis bióticas que, por
seu turno, é afetada, principalmente, pela interação da temperatura e umidade. É baixa
no início, porém, quando combinações favoráveis dessas variáveis são estabelecidas e o
período de armazenagem é prolongado, podem ocorrer perdas significativas na qualidade
dos produtos.
A deterioração do grão é, portanto, resultante da ação de microrganismos,
insetos, ácaros, etc., que utilizam nutrientes presentes no grão para o seu crescimento e
reprodução. Pode ocorrer, também, devido ao aquecimento do grão, produzido pelo calor
desprendido na respiração do próprio grão e microrganismos associados - quanto maior
a umidade, maior o risco de deterioração.

Características dos grãos armazenados
a) Massa porosa
Os grãos quando armazenados em silos ou em sacos, formam uma massa
porosa constituída dos próprios grãos e do ar intersticial. O espaço ocupado pelo ar
intergranular é de 40% a 45%. Pode ser determinado, facilmente, colocando-se uma
certa quantidade de grãos em um recipiente graduado e, em seguida, derrama-se um
líquido que não seja absorvido pelos grãos; óleo, por exemplo. Medindo-se a quantidade
do líquido necessário para encher os espaços vazios até a superfície dos grãos, temos o
volume do espaço intergranular.
O oxigênio existente no espaço intergranular é utilizado no processo
respiratório dos grãos.
b) Condutibilidade térmica
Algumas substâncias apresentam determinada condutibilidade térmica,
que é medida pela intensidade do calor que passa de uma região mais quente para uma
mais fria. No caso de um metal, o calor passa rapidamente de maneira uniforme em
todas as direções e independentemente do tamanho e forma do material condutor,
entretanto, uma massa de grãos porosa apresenta uma condição diferente.
O calor se propaga de um ponto para outro por condução, convecção e
irradiação. O calor em uma massa de grãos é propagado por condução de grão para grão
que se encontra em contato, é também conduzido por micro-convecção, em decorrência
do fluxo de ar intergranular que se desloca. A massa de grãos é um bom isolante,
oferecendo uma resistência ao fluxo de calor da ordem de 1/3 da resistência da cortiça.
c)  Equilíbrio higroscópico dos grãos
Os grãos, como qualquer material higroscópico, mantêm equilíbrio de sua
umidade com determinada umidade relativa do ar, a uma dada temperatura. Isto é, eles
têm a capacidade de ceder ou absorver umidade de acordo com a baixa ou alta umidade
relativa do ar contido no espaço intersticial da massa de grãos. Portanto os grãos em
contato com um ambiente onde a umidade relativa oscila, ganharão ou perderão
umidade. No ponto de equilíbrio, a pressão de vapor d'água dentro do grão é igual à
pressão de vapor d'água contido no ar. Quando o grão e o ar, que o envolve, apresentam
diferentes pressões de vapor, a umidade se movimenta da substância com maior pressão
de vapor para aquela que possui menor pressão até atingir um ponto de equilíbrio. Neste
ponto cessa o transporte da umidade.
Devido a esta propriedade, que se constitui numa das características mais
importantes, os grãos armazenados em recipientes permeáveis, como o saco de juta, tem
o seu teor de umidade freqüentemente alterado pelas oscilações da umidade relativa do
ar atmosférico. Em recipientes hermeticamente fechados, dá-se o fenômeno inverso, isto
é, a umidade relativa do ar do recipiente é que será afetada pela umidade do grão.
Para fins práticos, desde que a variação de temperatura não seja muito
acentuada, pode-se dizer que o equilíbrio higroscópico não é afetado pelas mudanças de
temperatura. O teor de umidade do grão de trigo diminui, aproximadamente, 0,7% para cada 10°C de aumento de temperatura. Para uma variação de 5,6°C, outro autor
encontrou uma variação ainda menor para o trigo, de 0,15% a 0,25%. Entretanto,
verifica-se que nas variações de temperatura, de grande amplitude, o equilíbrio
higroscópico é influenciado de modo significativo. Nas curvas de equilíbrio higroscópico,
observa-se que, para uma mesma umidade relativa, o teor de umidade de equilíbrio dos
grãos apresenta a tendência para um valor mais baixo à medida que a temperatura
sobe.

- Tempo necessário para atingir o equilíbrio higroscópico dos grãos:
Uma pequena camada de grãos, exposta à atmosfera, entra em equilíbrio
com a umidade relativa do ar dentro de um período relativamente curto. Entretanto, um
grande volume de grãos com desníveis de umidade levará um período muito longo para
ficar uniforme em seu teor de umidade.
É um erro admitir que um pequeno lote, com alto teor de umidade,
existente em um grande volume de grãos com baixo teor de umidade, alcance, em tempo
curto, o mesmo nível de umidade apresentado pela grande massa. Em um armazém,
uma pilha de sacos, onde circula o ar com facilidade, alguns sacos que apresentam
grãos úmidos, permanecem neste estado por longo tempo.
- Migração da umidade
Uma massa de grãos depositada em um silo, apresenta normalmente,
desníveis de temperatura. As camadas de grãos que se encontram próximas das paredes
dos silos e na superfície, adquirem uma temperatura mais alta ou mais baixa, pois, as
estruturas de armazenamento, concreto ou metálica, são afetadas pela temperatura
externa.
O ar intergranular de uma massa de grãos não é estática, encontra-se em
um continuo movimento através de correntes de convecção, causadas pela diferença de
densidade do ar quente e frio. Quando o ar intergranular se move das regiões mais
quentes para as partes mais frias, o ar quente, arrefecendo na região mais fria,
apresenta, maior aumento de umidade relativa e o ar cede parte da umidade para os
grãos, até atingir o equilíbrio higroscópico. Este fenômeno é denominado migração da
umidade, em razão dos desníveis do teor de umidade dos grãos, apesar de que,
inicialmente, a massa era constituída, unicamente, de grãos que apresentavam o mesmo
nível de umidade.
A migração da umidade ocorrerá se a pressão de vapor parcial sobre o grão
(Ps) for maior do que a pressão do ar (Pa), causando a dessecação (dessorção da
umidade) da grão. Por outro lado, o efeito reverso é obtido quando Pa > Ps, causando a
condensação-absorção da umidade. Se Ps = Pa, surge o equilíbrio dinâmico,
caracterizado pelo equilíbrio da umidade.
Em suma, os gradientes de temperatura no interior de silos causam
correntes convectivas de ar que transferem umidade de uma parte do silo a outra.
Durante os períodos frios a umidade é deslocada dos grãos quentes, localizados no
centro do silo, para a superfície onde os grãos estão a temperaturas mais baixas.
Durante os períodos quentes há uma inversão do processo e a região mais crítica passa
a ser o fundo do silo. Esta movimentação de umidade pode ocorrer mesmo que o grão
tenha sido armazenado com teor de umidade adequado, conforme observado com grãos
de soja armazenados com 12 a 13% de umidade em silos de 70 m3 de capacidade. Este
fenômeno, devido ao gradiente de temperatura, pode também ocorrer por difusão de
vapor d'água. Estes acúmulos localizados de umidade podem proporcionar condições
favoráveis para o desenvolvimento de organismos responsáveis por deterioração.

Seguem algumas fotos do uma propriedade em Cacilda no norte da argentina que armazena todas as sementes da proxima safra nos silos, devido a seguranca e garantia que o produto oferece(SEMENTES DE SOJA).

Estarei publicando o restante do estudo no proximo post, ate la

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